O verdadeiro motivo pelo qual estamos com medo,
receosos, nos sabotando e atormentando – e aos outros, deve ser ontológico.
“Eu nunca estou zangada/com medo
pelo motivo que penso que estou” ( Um Curso em Milagres ). Então achamos que é por causa de fulano ou
ciclano, da geografia ou da economia. Nós criamos demônios para carregarem a nossa
culpa ou medo ontológico . Então eles passam a ser a causa de nosso temor,
quando na verdade o medo vem da nossa decisão inicial errada ou equívoco inicial : o tentar nos
identificar/ser aquilo que não somos (negar nossa Identidade Espiritual e
idolatrar corpos físicos).
Portanto passamos a depender
desses monstros, contratempos, perigos, etc. para nos proteger do que parece ser um perigo
maior: a decisão ontológica equivocada . Nós criamos demônios para serem os
doadores de nossa suposta vida, nossa falsa vida. Se eu estou me identificando com um falso ser
( aquilo eu não sou) , com as sombras ( aquilo que não tem vida própria, que é
uma negação, uma inversão; com um ego
mortal de fisicalidade ) , é claro que
esse “falso eu” está em constante perigo : de perceber que não existe, que é um
psedo fruto de uma negação mentirosa, ou seja, uma ilusão . Do que eu estou me
protegendo é da “ inexistência” . Então os monstros, demônios, dificuldades
estão lá para me proteger da inexistência: enquanto estiver lutando com eles,
sofrendo, sendo abusada e fustigada, então eu existo . Pois a única forma de
uma “ inexistência” ou “ ilusão” iludir-se de que existe é criar algo para ser o depositário de seu medo ,
de seu nada , e que alimente essa mentira ; que o mantenha entretido, ainda que
seja miseravelmente. Esses demônios ou incômodos se tornam uma parte vital de
sua identidade e sobrevivência : sem eles a fraude fica exposta e tende a
desaparecer. A luz entra e as trevas desaparecem, pois são apenas negação.
Ps: em algumas partes do Ucim sugere-se que o medo é da retaliação que
poderia ser desencadeada pela” divindade” pela nossa tentativa de destruí-lo e
de usurpar o seu lugar ; ou mesmo por tê-lo destruído . Mas se a verdade é que
o “ego: mortal, separado, físico, em conflito....” inexiste, é uma ilusão , uma fraude ; nesse
contexto o próprio “ Deus” nem precisa fazer o papel de vilão e vingador. O
grande vilão é a inexistência, o perceber que essa figura frágil, patética e
patológica – que insistimos - sabe-se lá
porque - em chamar de “eu”, não passa de uma sombra, uma negação; um vampiro
com o qual estamos nos identificando.
Por que eu (nós) precisaria me
identificar com uma negação, uma sombra.... quando tenho a Luz a minha inteira
disposição, quando sou parte dessa Luz ?
Por que eu posso – e quero – me identificar com a Luz? (Se for o seu caso, vamos compartilhar ideias
) .
Instigante... E depois nos buscamos ajuda de algum sacerdote católico ou de outras tradições religiosas pra expulsar tais demônios. E, como disse o Padre Fábio de Melo durante entrevista sobre o livro que lançou junto com o historiador Leandro Karnall, "quem criou seu demônio de estimação que o expulse"... fica no ar a pergunta: como fazer tal exorcismo? Esse e outros posts do blog contém pistas importantes. Obrigada!
ResponderExcluirObrigada pelo seu comentario , Adriane. Gostei da sua colocação.
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