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sábado, 18 de novembro de 2017

Auto sabotagem por motivos ontologicos?

O verdadeiro motivo pelo qual estamos com medo, receosos, nos sabotando  e atormentando  – e aos outros, deve ser ontológico.

 “Eu nunca estou zangada/com medo pelo motivo que penso que estou”   ( Um Curso em Milagres ).  Então achamos que é por causa de fulano ou ciclano, da geografia ou da economia.   Nós criamos demônios para carregarem a nossa culpa ou medo ontológico . Então eles passam a ser a causa de nosso temor, quando na verdade o medo vem da nossa decisão inicial errada  ou equívoco inicial : o tentar nos identificar/ser aquilo que não somos (negar nossa Identidade Espiritual e idolatrar corpos físicos).

 Portanto passamos a depender desses monstros, contratempos, perigos, etc.  para nos proteger do que parece ser um perigo maior: a decisão ontológica equivocada . Nós criamos demônios para serem os doadores de nossa suposta vida, nossa falsa vida.  Se eu estou me identificando com um falso ser ( aquilo eu não sou) , com as sombras ( aquilo que não tem vida própria, que é uma negação, uma inversão; com  um ego mortal  de fisicalidade ) , é claro que esse “falso eu” está em constante perigo : de perceber que não existe, que é um psedo fruto de uma negação mentirosa, ou seja, uma ilusão . Do que eu estou me protegendo é da “ inexistência” . Então os monstros, demônios, dificuldades estão lá para me proteger da inexistência: enquanto estiver lutando com eles, sofrendo, sendo abusada e fustigada, então eu existo . Pois a única forma de uma “ inexistência” ou “ ilusão” iludir-se de que existe é  criar algo para ser o depositário de seu medo , de seu nada ,  e que alimente essa  mentira ; que o mantenha entretido, ainda que seja miseravelmente. Esses demônios ou incômodos se tornam uma parte vital de sua identidade e sobrevivência : sem eles a fraude fica exposta e tende a desaparecer. A luz entra e as trevas desaparecem, pois são apenas negação.

Ps: em algumas partes do Ucim sugere-se que o medo é da retaliação que poderia ser desencadeada pela” divindade” pela nossa tentativa de destruí-lo e de usurpar o seu lugar ; ou mesmo por tê-lo destruído . Mas se a verdade é que o “ego: mortal, separado, físico, em conflito....”  inexiste, é uma ilusão , uma fraude ; nesse contexto o próprio “ Deus” nem precisa fazer o papel de vilão e vingador. O grande vilão é a inexistência, o perceber que essa figura frágil, patética e patológica – que insistimos  - sabe-se lá porque - em chamar de “eu”, não passa de uma sombra, uma negação;  um vampiro  com o qual estamos nos identificando.  

 Por que eu (nós) precisaria me identificar com uma negação, uma sombra.... quando tenho a Luz a minha inteira disposição, quando sou parte dessa Luz ?

Por que eu posso – e quero – me identificar com a Luz?  (Se for o seu caso, vamos compartilhar ideias ) .


2 comentários:

  1. Instigante... E depois nos buscamos ajuda de algum sacerdote católico ou de outras tradições religiosas pra expulsar tais demônios. E, como disse o Padre Fábio de Melo durante entrevista sobre o livro que lançou junto com o historiador Leandro Karnall, "quem criou seu demônio de estimação que o expulse"... fica no ar a pergunta: como fazer tal exorcismo? Esse e outros posts do blog contém pistas importantes. Obrigada!

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  2. Obrigada pelo seu comentario , Adriane. Gostei da sua colocação.

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