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terça-feira, 7 de novembro de 2017

A Verdade Radiante ou a Máscara Doente?



Se nós aceitarmos a paródia, a máscara, a mentira de algo ou alguém como se fosse o ente verdadeiro, não estamos desrespeitando e insultando a verdade, o ser real?

Se você conhece um rei, sabe que ele é relativamente bom e justo – se é que se pode ser justo e bom a um nível de percepção das coisas  que já é duvidoso  ; e de repente ouve rumores que esse rei torturou  de formas impensáveis, qual a sua reação ? Você acredita nesses rumores, ou você se permite pelo menos a dúvida de que estes rumores podem estar completamente, ou parcialmente,  equivocados?

Acho muito estranho o conceito de divindade que circula nos ditados populares,  na expressões que se consagraram pelo uso até que raramente alguém as questiona, assim como  em muitos dos supostos sistemas religiosos e espirituais .

Em geral se aceita a ideia de uma divindade boa e justa, e por outro lado usa-se e abusa-se da expressão: a vontade divina, foi “deus” que quis, tinha que acontecer, etc. Que cada um tenha o conceito de divindade que quiser, mas acho que vale a pena questionar certas ideias ou pensamentos. Será que foi essa suposta “divindade” ou poder superior que quis? Ou será que aquilo que estamos percebendo é o erro, o bloqueio, a distorção, justamente aquilo que esse poder/estado  superior não é? Se os óculos, ou a referência, que estou usando são distorcidos e mentirosos, qualquer coisa nesse contexto será distorcida e mentirosa. Não seria bom perguntar-se: será que não estou usando óculos poluídos, quebrados, fragmentados, limitados?  Esses óculos não poderiam ser a ideia de uma fisicalidade pesada, frágil e mortal? Através dessas lentes tudo vai parecer pesado e mortal. Mas quem é pesado e mortal, as lentes ou a verdade?

E se o reino de Deus não for deste mundo, como está escrito da Bíblia.  O que poderia ser? Que aquilo que parece ser o mundo é justamente a máscara, aquilo que encobre e distorce o verdadeiro mundo. Que aquilo que chamamos de realidade é um produto morto, uma coisa inanimada. Então o problema está em aceitar o bloqueio pela coisa verdadeira. O que temos que fazer é mudar os óculos ao invés de inventar um montão de cosmologias para justificar o que é erroneamente percebido como quebrado, pesado, sofrido e mortal.  O problema estaria nos óculos e não na verdade.

Querer assistir o mundo do ponto de vista e através de uma estrutura de fisicalidade densa? Não será essa a raiz do problema? Ou um dos agravantes do problema?   Se aceitarmos a ideia de uma divindade boa, inteligente e justa, acaso ela pediria a seus filhos que mergulhassem nos níveis densos e mortais da fisicalidade, a título de experiência, estudo, ou sabe-se lá o que for? Ou esse suposto “mergulho” é justamente a ilusão, a distorção, a patologia, a “queda”?  Pais mortais, com todas suas limitações, que fossem relativamente bons, pediriam a seus filhos que se enterrassem vivos no barro para fins didáticos, ou seja  lá o que for ?




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